Em honra a Humberto Silveira Menezes Fernandes
Protesto
Nas tardes do Alentejo que eu adoro,
nas campinas de pasto sem amanho,
o pastor ergue o seu cantar sonoro,
e vai seguindo atrás de seu rebanho.
Alguém chamou a um poeta estranho
(a fama não lhe invejo mas deploro)
rei das imagens no sabor de antanho,
pastor de rimas no vibrar sonoro.
Pois lendo embora as tuas obras-primas,
rei das imagens e pastor de rimas,
eu tenho sempre a firme convicção
de quanto vale mais esse pastor,
rei das campinas de silêncio e cor,
que tu, pobre pastor duma ilusão!
Humberto da Silveira Fernandes
SM