história de um principe perfeito ... desfeito

mar e mar ... mar azul ... tão azul
... revolto, revoltado
nas vagas de minhas viagens
principe perfeito ... quem o sentiu !
ainda nos meus olhos agigantado ...

... e quando uma terrível névoa que nos impediu na barra
e um novo e desconhecido frio chegou
por entranhas minhas em terras de gentes tão difíceis
dum Portugal ainda genuíno...
muito lutei ... míudo do bairro ... míudo do rio
como depressa te obrigaram ...

aos meus olhos de criança ainda sentida
ainda me lembro duma despedida ...
guardo essa imagem dos outros lá fora
e eu que partia ... duma vez
em tempos de sempre ...

nos alentejos dos meus idos
para uma África minha... em olhos
escondidos ... mar azul e revolto ... de revoltado
mar gigante em mim...

por isso em escolas sofria ... nunca entenderam ...
porque meus olhos no exterior para sempre ficaram
e só minha mãe com amor via aquele espaço
... e na liberdade me deixou
crescer ... crescer por espaços meus

ainda hoje ... longe dos tormentos ....
meus olhos fogem para esse lugar
.... e por isso me dizem por vezes,
pai onde estás novamente, pai !
aqui ... filha...estou aqui.

SM
Poesia interior posterior